São todos meninos do Rio.
O jogo não é nenhuma novidade: um bando de homens sarados e bronzeados, em roda, equilibrando entre eles uma bola de futebol, que teima em não cair. É conhecido, pelos lados do Rio, como “altinho”. Quem já viu sabe que é duro não parar para observar esses exemplares tão interessantes de homens exibirem seus dotes nas areias cariocas.
O sol bate na água, reluz. Realça o caminho das gotas entre os gomos da barriga, correndo pelas nesgas, do trapézio aos oblíquos — aqueles músculos exatamente acima dos ossinhos da perdição, os ísquios. Se água que desce não sobe, os olhos o fazem. Cruzam o caminho das costas, margeando a coluna até as omoplatas, de lá, pros deltóides, pipas presas nos braços pra nos lembrar que um dia ainda teremos asas.
Me preocupo com eles, terão passado protetor solar?
Morenos da praia, cafuzos da orla, negros retintos, mulatos litorâneos, meninos cor de jambo, rapazes de penugem dourada, mamelucos democráticos, todos, quando sombreados na contraluz, ficam pretos. E, seja qual for a cor de pele, debaixo do calção sempre é mais claro.
A vida vem em ondas como o mar. Foi-se o tempo das bermudas, pra sorte geral da nação, as sungas voltaram à moda. Bom mesmo é ficar na praia deitado, com a cabeça num travesseiro de areia, olhando coxas gostosas por todo lado...
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